Sempre fui adepto de um pensamento minúsculo. Admito: felizmente, ele se tornou minúsculo para mim há apenas algumas horas. Alegro-me por ter percebido, mesmo que depois de tanto tempo, que nunca me doei completamente à vida. Desde de moleque, sempre fiz o minimamente possível. Nada fazia pensando em longo prazo, vivia apenas para vencer uma etapa. Esquecia-me que a vida é um todo, um conjunto de etapas graduais e de pesos incongruentes.
Na escola, fui o meio-termo. “Tirar uma nota suficiente para não ficar retido é o que me basta”, pensava. Com os amigos, a mesma coisa: “O importante é não perdê-los, para isso, 50% de mim”. O esforço, vontade de dar o meu melhor, tudo esse ‘blá blá blá’, seguido pelos verdadeiros vencedores, imaginava, não fazia parte de mim. Nunca foi minha filosofia.
Os antiexemplos acima ilustram bem como eu comportava em todas áreas. Na verdade, sempre achei que tirar um 5 no colégio era aceitável e me fazia um vencedor, afinal, não precisaria ficar na temida recuperação, nos quentes ‘dezembros’, entre quatro paredes, enquanto outros estariam curtindo seu merecido descanso. Realmente, nunca fiquei, ao passo que também nunca pude me orgulhar plenamente de nenhum feito.
Duas décadas foi o tempo necessário... Hoje, quase concluindo o curso de jornalismo, estou desempregado, vejo que me tornei apenas mais um entre os tantos medianos existentes. Por isso, a cada entrevista, um novo ‘não’. “NÃO, infelizmente você não foi selecionado para a próxima etapa”. “NÃO, seu perfil não condiz com as nossas exigências no momento”.
A vida é implacável. Não admite falta de empenho, não tolera trabalhos sem coração. Vivendo tudo isso, o antes acomodado Emerson, agora começa a dizer ‘sim’. SIM - clichê à parte -, chegou a hora de recomeçar. SIM, usar os remorsos do passado para escrever um novo presente. Considero esse momento como um divisor de águas, novas linhas serão escritas. Ler mais, estudar mais, empenhar-me mais...
Trecho da Música Epitáfio- Titâs: “Devia ter amado mais, Ter chorado mais (...) Devia ter arriscado mais, E até errado mais, Ter feito o que eu queria fazer...”
Lindo texto!
ResponderExcluirÉ bom saber que percebeu isso aos vinte e poucos anos. A maturidade, nos tempos de hoje, é bem tardia.
Olhar para dentro, reconhecer os pontos fracos e começar de novo, é uma tarefa deliciosa para os fortes.
Você já é mais que vencedor!
Parabéns!
PS: Contine escrevendo! Adoro acompanhá-lo!
Beijos,
Naty!
Muito bom o texto..
ResponderExcluirSempre tem horas que lembramos do passado, e tentamos supera-los...
Ms é assim que vai conquistando a vida..^^
Beijos
Perfeito!
ResponderExcluirMas vc Emerson, é uma pessoa muito capaz!
Não por menos hj vc está empregado!
Bjusss
Mas escreve bem esse rapaz! =]
ResponderExcluirMuito bom!!!
Saudades corintiano!